A Praga da Beata





A Praga da Beata
Essa é uma obra de ficção. 
Qualquer semelhança com fato real 
é mera coincidência.

Um dia desses, eu estava conversando com um cobrador sobre minha mania de colecionar histórias de ônibus e que estava afim de ouvir alguma história que lhe tinha acontecido dentro dessas máquinas do asfalto. Papo vai papo vem e nada de me dizer alguma coisa legal, divertida, que eu pudesse trazer para minha coleção. Ele me contou as histórias de quando era pequeno e gostava de pegar traseira nos caminhões a caminho da escola, aliás, numa dessas, ele perdeu um colega de traquinagens.

Enquanto ele falava, o motorista parou o ônibus e saiu aos berros com um pivete que estava exatamente “pegando traseira” no carro dele. Em alguns lugares do estado, esse ato é chamado de “tomar rabeta”, e tem outros nomes divertidos por aí.

Depois daquela parada alvoroçada, o motorista entrou na conversa. Aqui eu advirto aos meus leitores, conversar com o motorista pode ser tão perigoso quanto dirigir falando ao celular.

E eles começaram a me presentear com histórias que não dá pra repetir nesse espaço, algumas são impublicáveis mesmo. Nossa conversa acabou descambando para as piadas. Confesso que arrisquei algumas piadas, mas sou péssimo nessa arte. É sim, eu considero o contador de piadas um artista de nobre escalão. Melhor até que cronista, toma-se muito tempo lendo uma crônica enquanto a piada é um toma-la-da-cá e pronto. Quer uma amostra do que estou falando? Pois bem.

O cobrador falou que certa vez um bêbado entrou num ônibus lotado e, com certa dificuldade de equilíbrio, ele se espremeu daqui, se espremeu dali, foi se esgueirando até mais a frente.

Na primeira freada brusca, ele caiu por cima de uma beata que, irritada, prognosticou:

— Talvez o senhor não saiba, mas o senhor vai para o inferno!

E o bêbado, puxando a campainha desesperadamente, grita para o nosso condutor:

— Pára, motorista! Pára, que eu peguei o ônibus errado!

Por: Paulo Siuves

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